O nome Síndrome de Burnout vem do termo “Burn Out”, que traduzido do inglês, significa “queimar completamente”. Diante disso, a síndrome de Burnout — também conhecida como “Síndrome do Esgotamento Profissional” — é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes.
Podendo levar anos para que a pessoa desenvolva e atinja o pico de estresse, este distúrbio não acontece do dia para a noite. De acordo com pesquisas feitas pelo International Stress Management Association (ISMA-BR), o Burnout acomete cerca de 32% dos trabalhadores do país, sendo o excesso de trabalho a principal causa desta condição, esse é um quadro bastante comum entre profissionais que trabalham diariamente sob pressão, como médicos, cuidadores e professores.
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Síndrome de Burnout e o Setembro Amarelo
Especialistas ressaltam ainda que os sintomas não devem ser minimizados ou ignorados, uma vez que podem evoluir para quadros mais graves como o estado de depressão profunda e, ocasionalmente, podendo resultar em suicídio, caso o paciente continue sem o devido acompanhamento.
Visando combater esse problema de saúde pública, no mês de setembro, é realizada a campanha de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo, cujo objetivo é conscientizar a população abordando a gravidade do assunto e formas de evitá-lo, e uma das pautas atuais da campanha é justamente a prevenção deste distúrbio que cada vez mais vem acometendo pessoas em todo o mundo, principalmente os jovens da geração Millennials, que atualmente formam cerca de 50% da força do mercado de trabalho.
A Burnout e os Millennials
Como já pontuamos, existe uma grande relação entre este estado de exaustão extrema e a geração dos millennials, nascidos entre 1980 e 1995, que entraram no mercado de trabalho quando a internet deixou de ser apenas uma ferramenta engessada e passou a estar presente nos momentos corriqueiros da vida.
Segundo a autora do livro “Eu Não Aguento Mais Não Aguentar Mais”, Anne Helen Petersen, a geração enfrenta problemas originados da criação que tiverem combinados com o decaimento de garantias e proteções trabalhistas, resultando em carreiras incertas e promessas duvidosas. Como consequência, tem-se uma geração mais propensa a sucumbir aos males da Burnout.
Sintomas da Síndrome Burnout
Envolvendo problemas de nervosismo, sofrimentos psicológicos e também problemas físicos, a Síndrome de Burnout, muitas vezes, pode ser designada como um estágio que precede um quadro de depressão profunda.
A pessoa acaba sendo levada ao seu limite, físico e/ou emocional, sentindo-se extremamente cansada, desmotivada e esgotada. Sendo assim, é essencial procurar por um especialista uma vez que os sintomas aparecerem, que são eles:
- Cansaço excessivo (físico e mental);
- Dor de cabeça e no corpo frequente;
- Insônia;
- Pressão alta;
- Problemas gastrointestinais;
- Pedra de apetite;
- Dificuldade de concentração;
- Negatividade constante;
- Alterações repentinas de humor;
- Sentimento de incompetência, derrota e desesperança e
- Isolamento social.
Como diferenciar: Síndrome de Burnout, Depressão e Transtorno de Ansiedade?
Por apresentarem sintomas similares, é muito comum que pessoas confundam a Síndrome de Burnout com depressão e/ou ansiedade. Mas apesar das semelhanças, as três condições são tratadas e classificadas de modo distinto pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até pouco tempo atrás, a Síndrome do Esgotamento Profissional não era qualificada como uma doença pela OMS. Apesar de afetar a saúde, tanto física como mental, e necessitar de tratamento especializado, foi somente no ano de 2019 que a organização oficializou a Burnout como uma condição médica, sendo incluída na nova Classificação Internacional de Doenças, prevista para entrar em vigor a partir de Janeiro de 2022.
Diante disso, pode-se dizer que enquanto a Burnout é caracterizada como um fenômeno ocupacional, um tipo de estresse que não se aplica a outras áreas da vida fora de ambientes profissionais, a ansiedade, por sua vez, é um distúrbio qualificado quando os sentimentos se tornam excessivos, obsessivos e interferem na vida cotidiana, impossibilitando que a pessoa se atenha ao presente. Já a depressão, é o distúrbio mais grave do espectro neuropatológico. É uma doença crônica que pode afetar pessoas de todas as idades e, no pior dos cenários, podendo levar o paciente a cometer auto suicídio.
Em vista disso, é importante enfatizar a necessidade de procurar ajuda de um profissional capacitado uma vez que os sintomas forem apresentados, para que seja dado o diagnóstico correto e o tratamento adequado. Não hesite em buscar apoio. No Brasil existe uma instituição que oferece apoio emocional e atua na prevenção do suicídio, o Centro de Valorização da Vida (CVV). Caso precise conversar, disque 188 e efetue a ligação. A linha funciona 24 horas por dia, em todos os dias da semana.
Tratamentos
Uma vez que os sintomas forem correlacionados e a Síndrome de Burnout for diagnosticada por um profissional especialista – Psicólogo ou Psiquiatra -, após uma análise clínica do paciente, é então iniciada a etapa do tratamento. No qual, geralmente, é recomendada a realização de sessões de psicoterapia frequentes, podendo ser combinadas com o uso de medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos. Surtindo efeito dentro de três meses (podendo variar de acordo com cada caso).
Visando amenizar os sintomas, aliviar o estresse e melhorar consideravelmente a vida cotidiana do paciente, é indicado que o mesmo implemente mudanças significativas no seu estilo de vida, incluindo a prática diária de atividades físicas e exercícios de relaxamento rotineiros, além de modificações nas condições de trabalho.
Perguntas frequentes sobre a Síndrome de Burnout
Tenho receio de falar sobre meu estado ao RH e sofrer alguma retaliação. O que posso fazer?
Neste caso, é recomendado sempre procurar um atendimento médico e/ou psicológico. A partir de então, o profissional irá procurar entender a melhor maneira de resolver a situação sem que você saia prejudicado(a).
Portadores de burnout possuem direito a licença médica?
Sim. De acordo com a legislação atual, pessoas diagnosticadas com a Síndrome de Burnout têm esse direito e, em casos mais graves, existe até mesmo a possibilidade de aposentadoria por invalidez.
Qual profissional de saúde devo ir atrás?
Um psiquiatra ou psicoterapeuta é a melhor opção. Ambos poderão atuar receitando um tratamento com terapia cognitiva comportamental ou alguma outra forma de atendimento psicológico. Em alguns casos, é possível que o profissional receite o uso de antidepressivos para um tratamento mais efetivo.
Como posso saber se uma pessoa está com problemas de esgotamento profissional?
Normalmente é possível identificar quando uma pessoa está sobrecarregada por conta do trabalho. Dê atenção se ela faz uso exagerado de estimulantes, tais como inibidores de sono, refrigerantes, café, cigarro etc. É possível que o consumo de álcool também aumente nesses casos, geralmente pessoas mais próximas conseguem notar a mudança.
Fonte: Ministério da Saúde/Folha