Novembro Azul: Cuidados em relação ao câncer de próstata
O movimento “Novembro Azul” surgiu, em 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar atenção e divulgar informações sobre a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina, tal como o câncer de próstata.
Sendo assim, anualmente, no mês de novembro, acontece a campanha que acabou se tornando um movimento global de conscientização em prol da saúde do homem. Órgãos públicos e privados divulgam dados e informações para que as pessoas possam entender mais acerca da doença, buscando promover uma mudança de paradigmas e também incentivar conversas e a procura por profissionais de saúde.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, ficando apenas atrás do câncer de pele não melanoma. Segundo dados do INCA, estima-se que entre 2020 e 2022, no Brasil, 65.840 homens por ano serão acometidos por esta patologia. E em 2019, o número de mortes chegou a 15.983. Cerca de 28,6% da população masculina morre em decorrência do desenvolvimento de neoplasias malignas.
O câncer de próstata é uma doença que por diversas vezes acaba sendo assintomática nas fases iniciais, ou seja, não oferece nenhum sintoma, o que acaba tornando a prevenção muito importante. E justamente por apresentar sinais e sintomas quase tão imperceptíveis, que os exames e preventivos se mostram tão importantes.
As medidas preventivas fazem parte de estratégias, em casos de grande probabilidade de incidência, de encontrar um tumor numa fase inicial — o que aumenta as chances de cura para mais de 90%. Quando alguns sintomas começam a aparecer, é sinal de que os tumores já se encontram em fase avançada, dificultando o processo de cura. No estágio avançado da doença, os sintomas do câncer de próstata em homens podem incluir:
Dor óssea;
Dores ao urinar;
Vontade de urinar com frequência;
Presença de sangue na urina ou no sêmen.
Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?
A idade é um fator de risco, já que mais do que qualquer outro tipo, este câncer é considerado como uma doença da terceira idade. Cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem em pacientes com mais de 65 anos;
Também temos os riscos aumentados quando se tem histórico familiar (pai, irmão ou tio) com câncer de próstata;
Excesso de gordura corporal e/ou exposição frequente a reagentes químicos;
E homens negros/pretos também sofrem com maior incidência deste tipo de câncer.
A importância da prevenção do câncer de próstata
Em vista disso, a única forma garantir a cura para esta condição é através do diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, é recomendado a ida de homens de 45 anos, com fatores de risco, ao urologista para falar sobre a possibilidade de realização do exame de toque retal e o exame PSA (antígeno prostático específico). Já os que não se enquadram dentro de tais fatores, a indicação é a partir dos 50 anos.
Vale dizer que cerca de 20% de homens com câncer de próstata são diagnosticados unicamente através da alteração no toque retal. É possível que outros exames também sejam solicitados pelo médico se houver qualquer suspeita de câncer de próstata, como biópsias, que realizam a retirada de pedaços da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
Nos casos de um diagnóstico positivo, a melhor forma de tratamento irá depender de alguns aspectos, como o estado de saúde atual, expectativa de vida e o estadiamento da doença. E quando houver a existência de tumores de menor agressividade, existe a opção da vigilância ativa, na qual é feito um monitoramento periódico da evolução da doença e interferência em caso de progressão da mesma.
Preconceito – o grande inimigo do homem
Mas apesar da importância, os exames ainda são um grande tabu entre a população masculina. Pesquisas apontam que grande parte dos homens acima dos 45 anos, sequer reivindicou qualquer tipo de método de prevenção. Alguns indivíduos afirmam que este é um cuidado pouco másculo, outros acreditam — erroneamente — que o toque retal não é realmente necessário para detecção precoce do câncer. Ou seja, o preconceito ainda é o maior inimigo do homem neste caso.
E quais são os tipos de trabalho com maior exposição ao câncer?
Pois bem, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), algumas atividades e ocupações econômicas, compostas majoritariamente por homens, são mais propensas a terem um contato maior com substâncias cancerígenas. São elas:
Fundição de metais não ferrosos;
Tratamento de madeira;
Indústria de eletrônicos;
Fabricação de vidros;
Produção e aplicação de agrotóxicos arsenicais: herbicidas arsenicais orgânicos, inseticidas arsenicais orgânicos, dessecantes e desfolhantes arsenicais orgânicos, esterilizantes de solo arsenicais orgânicos e fungicida arsenical inorgânico para tratamento de madeira;
Produção e aplicação do inseticida malation;
Produção e reno de cádmio;
Produção de baterias, pilhas elétricas e pigmentos de cádmio;
Produção de materiais à base de PVC: tubulações, canos, batentes de portas e janelas, mangueiras de irrigação, peças automotivas, por exemplo;
Indústria de semicondutores e de eletrodos;
Radiologia, usinas nucleares;
Mineração subterrânea;
Produção de borracha;
Atividades noturnas.
Principais cancerígenos no trabalho:
Arsênio e seus compostos arsenicais;
Malation (agrotóxico inseticida);
Cádmio e seus compostos;
Radiação ionizante (x e gama);
Elemento radioativo (tório 232);
Trabalho noturno.
Tais casos são evitáveis a partir da eliminação dos principais agentes cancerígenos nos processos e ambientes de trabalho.
E vale a pena ressaltar que o homem precisa sim cuidar da saúde em todos os sentidos, inclusive da saúde mental. Analisar se há algum sofrimento psíquico, até mesmo devido a dependência de substâncias químicas, para que a mesma seja tratada corretamente. Além disso, o profissional de saúde pode orientar sobre testes rápidos como sífilis, hepatite e HIV. Cuide da sua saúde!
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